segunda-feira, 16 de março de 2009

Iron Maiden: show emociona, mas público sofre com desorganização

postado por AD Luna - adluna@showlivre.com

“Ainda bem que o público do metal é, geralmente, muito pacífico!”

Essa era a frase que mais vinha à cabeça desse repórter ao percorrer a via-crucis da saída do ótimo show do Iron Maiden, realizado domingo (15/03), em São Paulo, no longíquo Autódromo de Interlagos.

A organização fez o público sofrer no início, durante e depois do evento, que reuniu 63 mil pessoas – recorde de público da banda, fora apresentações em festivais. Não dá pra entender por que foram disponibilizadas apenas duas vias de acesso, num lugar tão gigantesco como Interlagos.

No fim da tarde e início da noite, a chuva prejudicou parte da estrutura do show e transformou o solo num mar de lama escorregadio e incômodo. Na saída, a maioria do público precisou andar a passos lentos e espremido por uma via que mais parecia um funil. Caso houvesse algum tumulto, as conseqüências poderiam ter sido gravíssimas.

O SHOW

Durante o show realizado há um ano, no estádio do Parque Antárctica, o carismático vocalista Bruce Dickinson afirmou que a banda voltaria com cenário e efeitos mais sofisticados. Bem, a chuva prejudicou alguns desses efeitos. Mas, e daí? Se o Iron Maiden tocasse apenas com um pano de fundo pintado à mão, é praticamente certo que os fãs iriam curtir do mesmo jeito, tal é a devoção desses pela música e por todos os integrantes do grupo.

A banda passeou por repertório que incluiu “parte” dos clássicos dos anos 1980, além de “Fear of The Dark”, da década seguinte. A diferença em relação ao show na casa do Palmeiras ficou por conta da mudança de trechos do repertório. Nesse entraram “Phantom of the opera” e “Wratchild”, dos dois primeiros álbuns, “Children of Damned”, do disco The Number of The Beast e “The evil that men do”, do futurista Somewhere in Time.

A quantidade de hits do Maiden é tão grande, que eles poderiam até montar uma turnê “Somewhere Back in Time” alternativa (confira nossa sugestão de repertório paralelo ao final dessa reportagem).

Todos os refrões e passagens melódicas instrumentais eram entoados como gritos de guerra pelo povo. Bruce Dickinson consegue comandar o mar de gente como se estivesse numa pequena sala. Janick Gers, na banda desde 1990, reproduzia em dueto alguns dos solos de guitarra outrora executados apenas por Adrian Smith ou Dave Murray.

O batera Nicko McBrain, 56, é o maiden mais velho e mais festejado pelo público quando Dickinson apresenta a banda. Não é de se espantar: além de ótimo músico, o senhor Nicko é o rei da simpatia. Sempre bem-humorado e brincalhão.

Os anos 2000 tem sido bons para o Iron Maiden. Em 1999, Bruce Dickinson e Adrian Smith retornaram à banda. O disco de inéditas mais recente dos britânicos, “A Matter of Life And Death”, lançado em 2006, vendeu muito bem e chegou a ficar entre os primeiros da Billboard, ao lado de artistas com muito mais apelo pop e radiofônico.

O show em Interlagos se encerra com “Sanctuary”. Bruce informa que a banda deve voltar ao Brasil em dois anos, para a turnê de lançamento de um novo álbum de estúdio.

Diversão rock’n’roll garantida em 2011!

A Somewhere Back Time “Alternativa”

- Prowler
- Running Free
- Killers
- Murders in The Rue Morgue
- The Prisoner
- Flight of Icarus
- Revelations
- Flash of The Blade
- Losfer Words
- Heaven Can Wait
- Can I Play With Madness

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