segunda-feira, 23 de março de 2009

O rock progressivo do Radiohead

postado por AD Luna

Ok, Ok...

São Paulo recebeu nesse domingo (22/03) o "concerto" do Radiohead. Não vou fazer resenha do dito. Vocês podem encontrar muitos deles em portais, blogs e sites de jornais e revistas. Mas, só pra resumir... Os caras fizeram um dos mais belos e competentes shows que já vi em terras paulistanas. O ponto mega negativo foi para o caos na saída e a falta de transporte suficiente para a boa parte das 30 mil pessoas presentes na Chácara do Jockey.

Bem, dado o recado e aproveitando o ensejo da vinda dos britânicos, desenterrei texto outrora publicado no meu blog Interdependente (http://www.interdependente.blogspot.com). Divirtam-se!

O ROCK PROGRESSIVO DO RADIOHEAD!

Se espantou com o título que abre essa coluna? Pois eu, nem um pouco. Em sua edição de outubro de 2007, a revista americana especializada em bateria Modern Drummer incluiu o OK Computer do Radiohead entre os "50 Grandes Discos do Rock Progressivo". Nessa linha mais anos 1990 e 2000, além do grupo do baterista Phil Seway, entraram na lista álbuns do Tortoise, Tool, Soundgarden, Derhoof e, claro, The Mars Volta.

O povo indie-alternativo-hype sei lá o quê, que adora encher a boca pra esculhambar o rock progressivo pode se perguntar: "Mas, como? Radiohead progressivo? Meu mundo caiu!" As razões para o espanto podem ser as mais variadas, porém uma é certeira: puro preconceito.

Apesar de guardarem certa distância sonora de nomes óbvios como Yes, Jethro Tull, Genesis e Pink Floyd - também citados na revista -, o conceito do velho progressivo segue vivo na música de bandas como Radiohead. E qual seria esse conceito? O de subverter o padrão do rock básico, feito com dois, três acordes e explorar novos timbres, construir as músicas mais cerebralmente, explorar ritmos além do 4/4 tão comum no rock, não se importar com padrões impostos pelo mundo da música pop (refrões fáceis, levadas lineares de bateria, canções curtas) etc etc.


arte: Paulo Murilo

Também me adianto a informar que não estou querendo dizer que o rock progressivo seja o melhor de todos. Looooonge disso! Na minha humilde opinião, considero um tanto quanto idiota, imbecil, esnobe, pretencioso, arrogante e até inútil afirmar, categoricamente, que um estilo de música ou tal artista ou banda é pior ou melhor do que outro.

Esse tipo de opinião talvez tivesse algum sentido caso vivêssemos num mundo com somente dois ou três tipos de pessoas... No entanto, é a diversidade que impera. Assim, se há infinitos tipos de gente é muito natural que existam numerosos estilos musicais.

Enfim, abaixo segue um paralelo entre o "velho" e o que seria o "novo" progressivo. No primeiro vídeo, King Crimson, no segundo o Battles, grupo que tocou passou pelo Brasil e cujo rótulo dado por alguns jornalistas foi ridicularizado pela própria banda: Math (???!!!!) Rock ou rock matemático!!!

Segundo os caras da banda, isso é o mesmo que dizer "gelo gelado". Claro, afinal, a música - qualquer que seja - é estruturada de forma matemática.





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