segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

São Paulo, a meca das bandas independentes

O amigo Rogério Duarte, diretor da Identidade Musical, nos manda o texto abaixo.

São Paulo, a meca das bandas independentes

Uma boa parte do público de São Paulo ainda não sabe, mas uma nova geração de bandas nacionais de rock tem se transferido para a cidade. Seja pela qualidade dos letristas, seja pelas novas propostas sonoras, seja ainda pela postura crítica, não se pode dizer mais que o rock brasileiro acabou na primeira metade da década de noventa, como se costuma ouvir por aí.

Há explicações para essa migração e para a diversidade sonora: uma característica marcante da nova geração do rock brasileiro é o fato de não haver apenas uma cidade ou região da qual irradiem as bandas. Com o crescimento acentuado das capitais do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além da articulação e do fluxo de informações possibilitados pela internet, movimentos regionais de rock – que Sudeste e Sul nem suspeitavam que existiam – se formaram e se fortaleceram, por exemplo, por meio de festivais de música independente promovidos pela Associação Brasileira de Festivais Independentes, a Abrafin (http://abrafin.org/).

Essa nova geração do rock brasileiro não é tão intolerante, do ponto de vista musical, como foram algumas anteriores. A maioria das bandas, em certa medida, namora outras sonoridades, especialmente as de suas cidades ou regiões de origem. Os paraenses do Madame Saatan, por exemplo, à primeira audição, soarão como banda de heavy metal; os ouvidos cuidadosos, entretanto, perceberão influências do carimbó – ritmo típico de Belém do Pará – entre solos de guitarra e viradas de bateria.

São Paulo, especialmente nos últimos quatro anos, tem se tornado uma espécie de meca roqueira. Muitas bandas, na expectativa de ampliação de público, têm vindo à capital financeira do país em pequenas turnês. Outras se mudaram definitivamente para a cidade. É o caso de Vanguart, de Mato Grosso, que já alcançou projeção com a gravação de um DVD no canal Multishow, e Los Porongas, do Acre, que também teve seu show registrado nesse formato com o apoio do Itaú Cultural.

Apesar do sucesso de bandas como essas, há ainda muitas outras que merecem a atenção do público paulistano e cujos shows podem ser vistos em várias casas noturnas de São Paulo, especialmente nos circuitos da Barra Funda e da Rua Augusta. Volver, O Jardim das Horas, O Sonso, Rafael Castro e Os Monumentais e Saulo Duarte e a Unidade têm trabalhos que merecem atenção.

Quem mora em São Paulo sabe bem como as coisas acontecem na cidade: vá o quanto antes aos shows dessas bandas, em casas noturnas de pequeno e médio porte, porque, quando as bandas ficarem grandes, as filas nos portões dos estádios serão imensas.

Um comentário:

  1. Não vejo essas bandas com boas letras,politizadas ou com novas posturas sonoras. Muito pelo contrário,elas são repetitivas e ruins, preguiçosas.

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